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MÃO DE OBRA PRISIONAL EM PRÉDIOS PÚBLICOS



Projeto oportuniza trabalho de pintura e limpeza para presos do regime fechado do PRP


          Seis detentos do Presídio Regional de Pelotas (PRP) iniciaram ontem as atividades do projeto Mão de Obra Prisional de limpeza e pintura de prédios públicos da cidade. O primeiro a receber os serviços foi o da 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
       Os presos do regime fechado selecionados para trabalhar foram escolhidos através de uma triagem feita pela Vara de Execuções Criminais (VEC), que levou em consideração o perfil e a aptidão dos apenados. É a primeira vez que detentos do fechado tem a oportunidade de emprego externo. A iniciativa, uma parceria da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), da Brigada Militar (BM), da Prefeitura de Pelotas e do Poder Judiciário, prevê que mais presos possam participar.
      De acordo como titular da VEC Regional, Marcelo Malizia Cabral, os beneficiados pelo programa trabalharão seis horas por dia e terão remição de pena – três dias trabalhados reduz um. “Nesse caso, os presos não receberão salários, mas sim uma redução no tempo de prisão”, explicou. Durante o período em que os presos realizam as atividades, são fiscalizados por servidores da SUSEPE e da Guarda Municipal (GM). Para o magistrado, o projeto é uma maneira de o apenado se sentir reinserido na sociedade e recuperar a dignidade. “Eles se sentem úteis. Além de dar uma resposta à comunidade que tanto cobra que os detentos trabalhem”.
         Conforme a diretora do PRP, Fabiane Gomes, até o local de trabalho, os presos são escoltados por dois agentes da SUSEPE, da Guarda Municipal ou por policiais da Brigada Militar. “O projeto é uma grande parceria. Não seria possível realizá-lo se as instituições não tivessem disponibilizado equipes com dois servidores para o deslocamento dos presos. Esse trabalho motiva o detento, que ao voltar ao presídio tem um pensamento diferente e acaba repassando isso a outros”, disse.
          Condenado a 40 anos, *João – nome fictício para preservar a identidade do apenado – é um dos seis que começaram a trabalhar no projeto Mão de Obra Prisional para o regime fechado. Antes de iniciar o trabalho de limpeza e pintura, ele já atuava na serralheria do PRP. Para ele, a oportunidade do serviço externo reforça a vontade de seguir um caminho diferente. “Vejo esse trabalho como uma oportunidade única”, contou.
        Entidades públicas e beneficentes que tenham interesse no trabalho da Mão de Obra Prisional podem entrar em contato com a VEC através do telefone (53) 3279-4900. O serviço é gratuito.
O projeto Mão de Obra Prisional destinado aos presos do regime semiaberto já oportuniza trabalho a mais de cem de detentos que atuam em prédios e limpeza da cidade.

Fonte: Jornal Diário Popular - 30/01/2019

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